A isto se chama destino: estar em face do mundo, eternamente em face (Rilke)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

MÍNIMAS


A poesia me ensina:
Amar alucina
essa assaz sina


Longa noite esperei
para lançar feitiços
com dedos de piche


Gaiola vazia. Pássaro voa
sem direção para comer
migalhas de pão.


O que me arruina em silêncio?
A ilusão desse 
corpo solto
ao sabor dos ventos?


Úmidos quintais.
Construção de fumaça
É natural...
Que o dia se faça!


Quem, com teus olhos,
desenhaste o vôo do pássaro,
o passo lento,
a despedida?

(Poema e foto: Roberto Nicolato)