A isto se chama destino: estar em face do mundo, eternamente em face (Rilke)

sábado, 14 de março de 2015




CANTOS DO MAR

Eu que me abstraio
Água forte, derradeira,
Apressa e retorna
Agora esperada,
Para os meus pés
Acordarem.

O mar é o limite
Do que observo
Sei, há mais pra lá
Um vasto caminho
Que me esqueço
Que de cá posso
Pedir socorro e
Por todos não
Ser ouvido.
  
Se bem-te-vi
Teve a sonhar
Peixes voadores
Cortaram o céu.
Repousava olhos
No mar. Depois
A escuridão,
Centelhas de vidas
Tudo, inteiro ao
Seu dispor,
Antes que fosse
Tarde demais.

  Pelo prazer de voar que sigo nos céus por uma temporada e que em seus olhos parece pura eternidade.

Pelo prazer das correntes que navego em busca do peixe que voa pela noite em que seu brilho traça caminhos no mar.

(Roberto Nicolato: Poema e foto (Litoral do Paraná)