RASTROS
Meus
olhos choram. No azul da serra,
o
mundo curva-se, vai embora...
Amordaçado
vivo essa insânia,
Rastejando
o corpo desnudo nas ervas.
Levanto
o meu grito, atingindo-o.
Fizeram-me
da terra estrumada,
Conduzindo boiadas,
Abrindo
porteiras.
Ao
carreto de latas d’água; o corpo torto.
Vivi
a aurora como brisa,
toquei
as folhas, os corpos, a fome.
Fizeram-me
a tuas maneiras,
Pescando
nas represas – argila
No
pensamento, barro na cabeça.
Fizeram-me
menino trancado e risonho,
enrubescido
em casos de gente grande.
Levando
poeira dentro peito;
O coração
ferido a ponta de faca.
Fizeram-me
num mundo extenso,
quadrado,
sem brinquedos;
Sentindo
a chuva, meus monstros.
Fizeram-me
sereno diante das coisas,
a
observar a lua branca por estreitos
caminhos
que hoje figuram na imaginação.
Fizeram-me
com pés em espinhos, matas virgens.
Animal
a farejar o sonho...
O
trágico. A partir e seguir rastros...
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