A metamorfose é um processo
De mudança do ser para o não ser,
Do ontem para o amanhã,
Do nada para o agora
Travestido de novo.
A metamorfose ocorre
Durante a passagem
Dos raios luminosos,
De um vago pensamento,
De lapsos, vôos incertos.
O corpo se transforma.
Os músculos, novos, exaltam
E a conformação corpórea
Rompe o mundo antigo
Crisálida que se aflora,
Prateada de cor
A quem se olha...
Não é propriamente
Um descaminho
Essa procura que não se acha
Esse novo de eterna maravilha
Esse ganho de perdas.
A metamorfose é uma
Meta(mor), fóssil cheio
De cores, feições e jeitos
Uma nova forma prevista,
Que surpreende por ser nova,
Única e indiferenciada.
A metamorfose da
Borboleta-coruja,
Lepitoptera, foi
Observada
Pelos botânicos em
Todo o país ou quase.
O camaleão que refestela
Ao sol dos trópicos ou
A visão do acaso numa noite
De lua
é pura metamorfose.
Ela está suspensa no vento,
No galho de manacá roxo
Na folha da roseira.
Não há sol no azul que a
Surpreenda, essa forma de vida
Que se entrega ao mundo
Para seguir o que se determina,
E que ela em formas refaz.
(Poema e foto de Roberto Nicolato)
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