A isto se chama destino: estar em face do mundo, eternamente em face (Rilke)

quinta-feira, 26 de junho de 2014

O JARDIM JAPONÊS



Pedras disformes se chocam.
Seixos. De musgos, se alimentam.

Brincam entre cubos, pirâmides,
os círculos de fogo...

Árvores, gêmeas, germinam
entre boninas e lírios brancos.

A água goteja em planos descendentes!

Longe se ouve a aranha tramando...
O espinafrar de asas, incertas.

Frágil é o jardim para o desavisado pássaro.
Ele invade territórios, o ninho das orquídeas.

Cerejeiras estão em flor!
É primavera no coração de Bashô!

O sapo salta fora d’água
Torvelinhos se formam...
O rio se enche de “barrigudinhos”.

A água escorre, o rio-tanque, estanque
O pequeno Buda brinca de esconde-esconde.
aos olhos de quem o oriente:

No jardim de formas sinuosas
De desenhos geométricos,
tímidas bromélias 
brincam entre bonsais.

Nele a natureza faz festa:
Bate o tambor:
acorda a floresta,
ao som do taikô!

(Poema de Roberto Nicolato - Obra "Jardim Japonês", de Claude Monet)

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