"Sem Mercedes, sentia-se literalmente isolado do mundo, num prédio velho, único habitante, num universo desconhecido, socialista e achou aquilo engraçado. Abriu as páginas do Imoralista, de Gide. Era movido a paixão. Quanto mais próximo do prazer mais se tem um coração puro. Só ele entendia o que aquilo queria dizer. A noite pairava silenciosa, nem um sopro de vento, apenas o leve roncar das ondas. Observou a sacada, a porta quebrada, sem trinco, permaneceria aberta. Não tardou, ouviu um estrondo, as luzes do prédio se apagaram. Estava na mais completa solidão"".
Do romance "Havana me engana"
Foto: Roberto Nicolato
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