"Giuliano puxou uma das cadeiras, sentou, encostou o rosto na mesa e sonhou o mesmo sonho, recorrente, daqueles que um dia desertaram de sua terra, os chamados homens condenados ao desterro, e Hemingway era um deles, queria sim classificá-lo, ele que era um homem de poucas lidas, recolhido à sua mansarda, o designava como um macho sedutor, um homem de duas faces, num tempo em que só eram concebidas a perfeição e o desregramento; ele era a própria essência do trágico, Apolo e Dionísio. No fundo, um herói de si mesmo, um homem qualquer. Ou como gostaria Anna..."
Do livro "Havana me engana"
Fotos: Roberto Nicolato
Nenhum comentário:
Postar um comentário