A isto se chama destino: estar em face do mundo, eternamente em face (Rilke)
domingo, 13 de setembro de 2015
A ESCOLHA
Se esta bola que atravessa a rede pudesse parar se os olhares pudessem
recuperar a atenção desviada a caminhada retroceder os passos talvez se pudesse
enxergar que nada seguirá o próprio destino se o artilheiro amasse de verdade a
bola sobre os pés se a criança tropeçasse no brinquedo que cativa o animal não
farejasse mistérios talvez se pudesse amar mais e odiar menos a escolha incerta
se o beijo fosse dado em paixões cinematográficas se a sala estivesse pronta
para o tocar das valsas as sandálias amarradas para a conferência nas praças o
tempo seria o das aves mágicas, libertárias, mas se a escolha é a palavra, a
arte a invenção falsa, arbitrária, o que será do poeta nessa noite tempestuosa
e calma?
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