A isto se chama destino: estar em face do mundo, eternamente em face (Rilke)

sábado, 20 de setembro de 2014


INSIGHTS

I
Assim meu coração deu
Asas à razão.
Só para confundir…
Só para amolar.
Amores. Vagas estações
No brilho dos olhos
De ressaca de Capitu.

      II
Paisagem interiorana:
Homens na calçada.
Mulheres dançam
Ao redor do fogo...
É noite!
Estrelas caem do céu
Clara noite no sertão.
Guimarães trouxe a viola,
Zé Beto, os causos,
Diadorim amor pra mim.
Riobaldo, meu brother,
Companheiro de quarto.
   
      III
Quem, com teus olhos,
desenhou o vôo do pássaro,
o passo lento, a despedida?

      IV
Hoje toquei teu ser
ávido de ternura.
Serra de límpido azul.
Porque do coração é esta
A mais  pura natureza:
Seus olhos ingênuos,
Flor do pântano
De múltiplas incertezas.
E que guardo,
Como o anjo bom,
da serpente da dúvida.
     
      V
A verdade nos sonhos
é o que procuro.
Em ritmos velozes,
coração que se atrapalha.
Beleza que se fez
ninho para o pássaro
da mais pura alegria.

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