1 – Os bem-ti-vis usam os ninhos apenas para a
reprodução. Depois do amor o abandono,
onde agora saíras multicores fazem deles o local preferido para o seu amor
tardio.
2 – Elas, as formigas, carregam as flores e folhas aos
pedaços. É de partir o coração!
3 – Um casal de bem-te-vi inseparável. No mesmo fio de
alta tensão, próximos ainda ao ninho.
4 – As bananeiras crescem com urgência desmedida no
verão. Nutrem de muita água das chuvas. Vergam em direção ao céu.
5 – Elas, as formigas, cortam as avenidas atrás de
folhas tenras. Uma passarela de muita riqueza, e tristeza.
6 – Todas as árvores crescem de uma urgência desmedida
no verão. Agora meu olhar acredita.
7 – Vou moldando a natureza. Não posso deixá-la
sozinha seguir, seu próprio instinto. É muito confuso!
8 – É no pequeno detalhe que estão as grandes
significâncias. Um exagero do belo!
9 – A fêmea do Teiú dá luz na primavera. No verão, os
filhotes se erram das matas e acabam revelando suas cores em outras moradas.
10 – Onde estarão as corujas que um dia povoaram meu
inverno? Recolhidas no buraco da minha memória já contei umas três...
11- No começo do outono as árvores crescem e se
embebedem com as águas da chuva. Só não
as vejo crescer porque adormeço.
12 – O fruto da bananeira rompeu o ventre noutro dia.
Na calçada de azulejos restaram flores coloridas de paixão.
13 – O roxo da bananeira é da flor ou do fruto? Para
os insetos não existem cores na satisfação.
14 – O pássaro vermelho pousou ao lado da casa. Era
tão lindo de ver que as folhas juntaram-se, desavergonhosas, para me escondê-lo
da vista.
15 – Espatifam-se na água, os pássaros
brancos de minha paixão. Não muito longe, sob um olhar duvidoso.
Foto: Roberto Nicolato
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