“Era Lídia quem eu mais
queria naquele momento, diante do fogo, em meio ao ensaiar de passos e de uma
cantoria sem fim. As valas profundas, abertas, recebiam comidas e bebidas,
destinadas à deusa, para que assim ela pudesse atender aos pedidos. Chamei
Lídia em voz alta, gritei o mais que pude, até que seu corpo surgiu à minha
frente e maliciosamente me convidou a trilhar uma estrada estreita de boa
terra, de onde avistei casas esparsas, rodeadas de bambuzais e bananeiras, e lá
longe, mais à frente, uma montanha lilás, banhada pela luz do sol. As árvores
foram aos poucos se afastando e, à medida em que avançávamos, o grande paredão
de formas sinuosas trouxe aos pés uma igrejinha em estilo gótico, cercada por
um casarão...” (Trecho do livro "A caminhada ou O homem sem passado" - Foto de Roberto Nicolato)
Nenhum comentário:
Postar um comentário