A isto se chama destino: estar em face do mundo, eternamente em face (Rilke)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Um poema para o blog teorias e prosas


OROBORO


“É preciso que se
Cumpra um círculo.
Que aberto vá  se fechar,
Que ao frio ao fogo aquece
Essa caminhada para
O fim do começo
Até o infinito.

É preciso que se liguem
 os pontos negros,
preencha o vazio.
Que ao sol se queima
Essa jornada ao deus
Ante o indefinido.

Um círculo que abre e fecha,
Como fases fugidias
De ondas que deixam e levam
Marfins, jóias falsas,
Arlequins flutuantes.
Que faz entrever o horizonte
O passado em brancas
Nuvens, como na fotografia.

Um círculo que se alastra.
Do tamanho apenas
Desta história,
No pretérito passado dos
Olhos vidrados.
Ao céu do Equador,
As luas de Orizon
Fervilham nas galáxias.
Em sinuosa alegoria,
Passam os pássaros de fogo.

É preciso que se cumpra,
Um  círculo que se abre
À memória do réptil ancestral.
Deixe entrevê-lo nas entranhas.
E se fechar ao mundo,
Que é seu próprio universo,
Como o oroboro,  para que
Nada chegue ao fim.

Um círculo que arde em fogo.
É preciso que se cumpra
Um círculo, que aberto
  se fechar,
Que frio ao fogo será lançado,
Para que queime e eternize,
Nas vagas refletidas,
A memória do tempo.
-- Um rosto apenas".

Poema inédito de Roberto Nicolato

Nenhum comentário:

Postar um comentário