"Seu corpo ganhava velocidade no compasso das palmas, dos atabaques e giravava feito um pião. Ele via Elena lhe acenando nua, ao longe. Os cabelos negros, os grandes olhos pedindo que ele fosse ao encontro dela. “Aqui é diferente, o mundo é suportável”, ela dizia e ele não conseguindo ultrapassar o fio de silêncio, o fosso invisível que os separava. Ela apoiava o corpo desnudo no cavalinho de um carroussel, ia e voltava, chegava perto e ele tentava em vão alcançá-la. Mas via a imagem de Anna, sorrindo irônica. “Não há resposta alguma, em nada”.
Do livro "Havana me engana?"
Fotos: Roberto Nicolato
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