Águas de verão,
pra que tantas?
Se o solo já se encharcou,
os rios transbordaram
e as ondas, sob
invadiram
a restinga.
E quem assim a fez,
desordem natural,
de um tempo tardio,
que se esparge e
invade meu cérebro:
sonoras intenções.
Água cantando, chuva,
intermitente,
No coração, que
ouso escutar...
E me atormentam
Mais que tempestades.
Chuvas que molham
minha alma. Doçura
do mito, embriaguez.
Águas de pura letargia
Nesse dia movediço.
São águas de um
verão tardio.
Que encharcam
meus poros,
Canais irrigados
de lembranças...
Presente que
se faz passado...
Chuva que o
outono prenuncia.
O mar é seu instante,
último caminho.
Águas pra
Que tantas?
Se os muros
ruíram...
Se os muros
ruíram...
Se meus olhos
Inundaram-se
nessa torrente
de desejos
e dúvidas.
Poema e foto (Pontal do Paraná): Roberto Nicolato
Poema e foto (Pontal do Paraná): Roberto Nicolato
Nenhum comentário:
Postar um comentário